21 de junho de 2011

Americanos juntos há 61 anos esperam mudança de lei para se casar



Richard Dorr, 84 anos, e John Mace, 91, aguardam apenas legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Estado americano.

Dois professores de canto, que vivem juntos há 61 anos, aguardam a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Nova York para se casarem.

Richard Adrian Dorr, de 84 anos, e John Mace, de 91, já receberam o convite de um amigo do Estado americano de Connecticut, onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado, para oficializar a união.

Mas os dois, que moram em Nova York desde a década de 40, querem se casar na cidade e pretendem esperar até que o casamento gay seja aprovado lá.

'Começar uma nova fase na vida, ao se casar depois de 61 aos, seria completar algo que foi muito maravilhoso para nós dois', afirmou Richard Dorr.

'Seria ótimo poder dizer: 'somos casados'', disse Mace.

'Somos novaiorquinos e, depois de 61 anos de união, sentimos que temos o direito de ser casados, em Nova York. Já está na hora, não?', pergunta Dorr a Mace durante entrevista à ONG americana Freedom do Marry, que está fazendo uma campanha de divulgação pelo casamento dos dois professores.

Dorr e Mace aguardam a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Nova York, já que a lei já foi aprovada na Assembleia do Estado e agora espera aprovação do Senado de Nova York.

Além de Connecticut, o casamento entre pessoas do mesmo sexo já é aprovado em outros quatro Estados americanos: New Hampshire, Massachusetts, Iowa e Vermont, além da capital, Washington.

O governador do Havaí, Neil Abercrombie, aprovou a lei de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo em fevereiro, o que abre o caminho para que casais de gays e lésbicas tenham os mesmos direitos que casais heterossexuais a partir de 1º janeiro de 2012.

'Recorde'
Os dois são professores de canto e já deram aulas para atrizes como Vanessa Redgrave e Bette Midler.

Dorr e Mace se conheceram em 1948 quando estudavam na escola de artes Juilliard School, em Nova York. Mace trabalhava em meio período na escola e Dorr teve que ir ao escritório onde ele estava.

'Foi um momento que nunca vou esquecer', contou Mace.

'Disse para ele: 'quero cantar para você'', disse Dorr.

Desde que se uniram, eles criaram juntos o filho de Mace, Paul.

Mace afirma brincando que o tempo de união dos dois é como um 'recorde'.

'É tipo um recorde. (...) Tivemos pouquíssimas discussões', afirmou.

'Nunca vá dormir brigado', acrescentou Dorr.

Os dois pensaram em casar logo depois dos confrontos de 1969, no bar novaiorquino Stonewall entre os frequentadores homossexuais e a polícia, considerados como a 'fundação' do movimento LGBT nos Estados Unidos e no mundo.

Mas, na época eles não conseguiram. No entanto, agora, os dois esperam a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo para se casar em Nova York.

Respeito e Igualdade




Não precisa gostar de mim e me aplaudir,
Você tem sua opinião e eu respeito!
Eu só quero poder namorar do jeito que você namora!
Eu só quero poder casar, para poder ter meus direitos do mesmo jeito que você tem!
Criar meus filhos assim como você!
Eu só quero poder sair e ter a certeza de que ninguém vai me atacar por amar diferente, da mesma forma que você sai e ninguém nota a sua presença!
Eu só quero que você compreenda que tudo que eu quero é igual ao que você faz, e creio que seja possível o respeito!
Enfim, não quero ser diferente, afinal tudo que quero é igual ao que você tem!
Inclusive o Respeito!



Thiago Pereira

19 de junho de 2011

Casal de lésbicas completa 70 anos de união!






A matéria que tomamos a liberdade de traduzir conta a vida de um casal de lésbicas, Leto e Magazzu, juntas há 70 anos. Isso mesmo! 70 anos de amor, descobertas, confidências, conflitos, brigas, ciúmes, harmonia, carinho, amizade, confiança e todos os sentimentos que integram um relacionamento de verdade.

Além de ser um marco chegar aos quase 100 anos de idade juntas, a história dessas duas mulheres tem um ingrediente a mais. Resistiu ao preconceito do passado e resiste ao do presente. Sim, porque mesmo depois de tantas décadas Leto e Magazzu ainda são vítimas daquilo que consideramos um dos maiores males da sociedade.



Fica fácil entender porque elas mantiveram sua união em segredo durante tanto tempo. Vejam agora a história dessas duas jovens gays numa tradução adaptada:



Sim, casais formados por pessoas com 90 anos ainda discutem ocasionalmente. O exemplo pode ser visto no sofá da casa de Caroline Leto e Venera Magazzu: “Não vamos ter uma festa”, diz Magazzu, de 97 anos, argumentando que elas são muito idosas para esse tipo de coisa. “Sim, nós somos”, responde Leto, de 96, que admite que as duas podem ainda dançar polka.



Uma festa celebrando os 70 anos juntos é um marco para qualquer casal. Especialmente para essas duas senhoras, considerando que elas tiveram de silenciar sobre a história de amor delas durante décadas. “Você simplesmente não podia dizer para todo mundo que nós éramos amantes”, contou Leto. “Você diz para as pessoas que somos amigas, algumas pensam que éramos irmãs”.



Leto e Magazzu ignoram seu pioneirismo na comunidade gay e lésbica. Mas muitos dos seus amigos e parentes reforçam o seu papel, apontando para o fato de como o amor das duas foi capaz de transcender o tempo, cheio de obstáculos. Para celebrar o amor das duas, membros da Etz Chaim, uma associação de gays e lésbicas em Wilton Manors, estão planejando uma festa. Eles esperam que Leto e Magazzu atendam ao pedido e mostrem a todos como dançar a polka.



“Honestamente, eu acho que as duas estão mais apaixonadas do que no passado”, afirma um amigo pessoal do casal. “Olhe para os casais heterossexuais. Você tem sorte se ainda permanece casado após sete anos. Esta é uma história de amor incrível”.



Em 1939, Leto e Magazzu se conheceram em uma festa em Nova York. Leto achou Magazzu estilosa, que a considerou divertida. Um ano depois, Magazzu, professora, e Leto, operadora de telégrafo, mudaram-se para uma humilde casa, em Nova York. Elas passaram a maior parte da vida lá, com poucos parentes e amigos próximos sabendo sobre o relacionamento.



Magazzu conta que sempre brigou para contar para as outras pessoas, mas que temia o que elas poderiam pensar. Ela acredita que a sociedade daquela época era muito mais receptiva a duas mulheres que moram juntas do que a dois homens – e também bem menos inquisitiva.



“Eu acho que a maior parte das pessoas desconfiava, mas nunca fizeram escândalo sobre isso porque éramos apenas duas mulheres”, disse. “Eles não perguntavam, e nós simplesmente não falávamos”.



A sobrinha de Leto, Patricia Dillion, contou que cresceu acreditando que as duas fossem irmãs e sempre se referiu a elas como tias. Leto contou o “segredo” a ela durante uma festa de família. “Ela mencionou que elas tinham se casado”, disse Dillion. “Eu fiquei tão feliz, mas depois fiquei pensando em todo o tempo que elas não puderam admitir isso”.



Em 1996, as duas se registraram como parceiras em Nova York. Elas contam que fizeram isso porque sentiram que precisavam contar a todos sobre a sua vida juntas.



Anos depois, se mudaram para a Flórida, quando se tornaram mais ativas na comunidade LGBT, servindo de exemplo para os ativistas. Além disso, passaram a levar vida de qualquer jovem aposentado na Flórida: viajando em cruzeiros, jogando pôquer com os amigos. Adotaram um animal de estimação, um macaco chamado Chi-Chi.



Em 2006, com uma desacelerada normal causada pelo avanço da idade, Magazzu colocou no papel a história delas, num livro chamado An Unadulterated Story: Young and Gay at 90 (Uma história pura: jovem e gay aos 90). Durante a entrevista que originou a matéria do Herald Tribune, o repórter presenciou um fato curioso: as duas discutindo sobre onde estava um exemplar do livro. Magazzu insistia que estava no quarto. Leto, que havia visto no bagageiro do carro.



“Ok, então se você sabe onde está tudo, vá lá e pegue”, provocou Magazzu, enquanto apelava a uma busca na cozinha. Leto apenas sorriu e disparou: “Meiga, não?”